O EBITDA (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and
Amortization) ou Lucro Operacional representa o lucro da empresa antes do
pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização ou, de outra forma,
representa o excedente econômico (lucro) gerado na atividade operacional, após
serem descontados das receitas os impostos, custos e despesas.
O EBITDA é um dos mais utilizados indicadores de desempenho
das organizações, pois “mede” a capacidade da empresa converter seus custos e
despesas em lucro operacional. Mede, portanto, a eficiência operativa e torna
possível acompanhar a real performance dos negócios.
Mais do que lucro econômico, o EBITDA acabou se tornando uma
forma de presumir a Geração de Caixa Operacional de um negócio, dado que parte
das receitas e despesas que dão origem ao EBITDA transitam pelo caixa (via
ingresso e desembolso operacional), conforme os prazos de pagamento e
recebimento praticados. Na visão dos Acionistas e Investidores é igualmente
importante analisar se a geração de caixa é suficiente para cobrir o seu custo
de capital, ou seja, o quanto (em dinheiro) o negócio é capaz de gerar antes de
distribuir a remuneração a seus investidores via juros ou dividendos.
Apesar da popularidade do EBITDA como métrica de
performance, é importante utilizá-lo com parcimônia ou em conjunto com outros
indicadores!
A primeira ressalva ao uso do EBITDA como métrica é que é um
item bastante manipulável por parte da empresa, mesmo sem desobedecer qualquer
regra legal ou contábil, que a permite apresentar resultados mais atraentes do
que são na realidade. Por exemplo, as empresas podem abrir mão de efetuar
determinados gastos (consultoria, manutenção, etc) ou realizar
investimentos/CapEx ao invés de gastos/OpEx (compra de imóveis x gastos com
aluguéis) para “melhorar” seu EBITDA e, assim, aumentar seu lucro operacional
em um dado momento. Atente que a adoção corriqueira destas práticas não é
sustentável e destrói o valor da empresa. Por estas implicações também se diz
que o EBITDA não informa a “qualidade” do lucro operacional.
O EBITDA também ignora as necessidades adicionais de capital
de giro, podendo indicar um fluxo de caixa superior ao real saldo de caixa. Em
períodos de crise, por exemplo, a inadimplência aumenta e o fluxo de caixa da
empresa sofre pelo não recebimento das vendas. Nestes casos, o EBITDA evidencia
uma venda que não virará caixa e, portanto, a geração de caixa operacional
estimada não é real. Esta segunda ressalva evidencia que o EBITDA superestima o
fluxo de caixa operacional e dá uma falsa noção de liquidez dos negócios.
A terceira ressalva do EBITDA reside no fato de não
considerar os reinvestimentos requeridos pelo negócio. A necessidade de
expansão do parque fabril para atender à demanda não está refletida no EBITDA e
tampouco na geração de caixa aferida a partir dele. A linha de
Investimentos/CapEx no fluxo de caixa não é computada no EBITDA e, portanto,
cria a ilusão de que a geração de caixa estimada é maior do que realmente será.
Como pode ser visto acima, por não considerar as
necessidades de capital de giro, investimentos e a capacidade de geração de
recursos para fazer frente ao retorno exigido pelos investidores, o EBITDA é
uma falsa medida de liquidez.
Por fim, é importante ter em mente que o EBITDA não é a
Geração de Caixa Operacional de um negócio e que seu valor reside na utilização
conjunta com outros indicadores, que reflitam as necessidades de reinvestimento
(CapEx) e de capital de giro (Working Capital). A métrica do Free Cash Flow, a
ser discutida oportunamente, se aproxima mais do saldo de caixa “livre” para
remunerar os investidores.
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